Em um desses acessos de tentar ser uma pessoa melhor e romper velhas barreiras, decidi escutar “scream”, terceiro disco solo do Chris Cornell (ex-soundgarden, ex-audioslave e atualmente ex-ele mesmo). Para os desavisados, sim, Chris Cornell é aquele cara que parece uma versão gringa do Dinho Ouro-Preto quando está em cima do palco. Deixando de lado comparações infames, desde quando soube que este novo trabalho de Cornell seria produzido pelo Midas do R&B barato, entenda-se Timbaland, eu havia adiado essa audição ao máximo que pude. Pois bem:
Ironicamente, a expressão ‘scream’ traduzida é o que dá vontade de fazer quando você percebe a dimensão da porcaria auditiva à qual você se submeteu.
O disco cumpre bem a função de apresentar em 13 faixas que Cornell oficialmente cometeu um grande erro na carreira. Soa engraçado que todas as produções de Timbaland sejam aclamadas como arrojadas pela crítica-mainstream, afinal a mesma base da música “Apologize” (tocada de forma exorbitante nas fm’s chicletes) serve como modelo para todas — não é exagero, são todas mesmo — as músicas produzidas por ele. De One Republic à Nelly Furtado. É só ouvir e constatar.
Ironicamente, a expressão ‘scream’ traduzida é o que dá vontade de fazer quando você percebe a dimensão da porcaria auditiva à qual você se submeteu.
O disco cumpre bem a função de apresentar em 13 faixas que Cornell oficialmente cometeu um grande erro na carreira. Soa engraçado que todas as produções de Timbaland sejam aclamadas como arrojadas pela crítica-mainstream, afinal a mesma base da música “Apologize” (tocada de forma exorbitante nas fm’s chicletes) serve como modelo para todas — não é exagero, são todas mesmo — as músicas produzidas por ele. De One Republic à Nelly Furtado. É só ouvir e constatar.

Ok, o papel do artista é fazer arte, mas convenhamos que esse conceito não se aplica de forma veemente quando o artista já está com mais de 20 anos de carreira. É hipocrisia fingir que o público não espera dele algo que não seja ‘mais do mesmo’ e isso de modo algum quer dizer que o artista seja menor: é isso que ele se propôs a fazer no início de carreira e é isso que as pessoas querem dele. Sem grandes necessidades de mitificar o processo. Não se sabe ao certo se Cornell queria ser mais pop (afinal, já dava indícios discretos dessa vontade nos álbuns solos anteriores) ou se queria fazer algo mais experimental com sua carreira solo, mas o resultado dessa aposta é inegavelmente desastroso.

Não há muitas diferenças entre as faixas e a sensação é de que você está ouvindo a mesma música por diversas vezes, pois os samplers de sons bizarros, os vocais com efeitos que só dizem “iê” entre os pré-refrões e a percussão, que soa mais como batuque, marcada no mesmo compasso são itens presentes em todas elas praticamente. Das que poderiam servir para salvar o disco, somente “Other side of town” e “Climbing up the walls”- que só são as 'menos ruins' porque são as únicas que apresentam um som ‘orgânico’ de bateria e doses homeopáticas de guitarras (mas ainda assim, são guitarras, o que para esse disco soa como um grande feito).
Embora que precisar ser salvo por duas músicas que se encaixam na categoria ‘menos ruim’ não faça parte do feitio dos discos de Cornell, essa é a realidade desse album.
Nota: menos 2 com louvor
Não coloquei links para nada referente ao trabalho novo porque realmente não vale a pena gastar seus bites com isso. Mas para lembrar o Chris Cornell solo dos bons tempos, é melhor ficar com o cover de “Billie Jean” de quando ele ainda mandava bem na hora de organizar o conceito de um disco. No mais, só nos resta rezar para que o bom e velho Chris acorde desse pesadelo.
Embora que precisar ser salvo por duas músicas que se encaixam na categoria ‘menos ruim’ não faça parte do feitio dos discos de Cornell, essa é a realidade desse album.
Nota: menos 2 com louvor
Não coloquei links para nada referente ao trabalho novo porque realmente não vale a pena gastar seus bites com isso. Mas para lembrar o Chris Cornell solo dos bons tempos, é melhor ficar com o cover de “Billie Jean” de quando ele ainda mandava bem na hora de organizar o conceito de um disco. No mais, só nos resta rezar para que o bom e velho Chris acorde desse pesadelo.